Mostrando postagens com marcador notas & reflexões. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador notas & reflexões. Mostrar todas as postagens

sábado, 21 de setembro de 2013

Minha vida em livros

Com base nos livros que tenho aqui nessa casa, respondo a "tag" Sua vida em Livros.

1) Um livro para cada uma das minhas iniciais:
M - A Moreninha, Joaquim Manuel de Macedo
B -  A Branca voz da solidão, Emily Dickson
H - História do olho, do George Bataille
G - Grande Sertão Veredas, do Guimarães Rosa

2) Conte sua idade pelos livros de sua estante: qual é o livro?
Tenho 23 anos. Contando de cima pra baixo, o 23º é o livro infantil O gato e o Diabo, do James Joyce.
ERRATA: Tenho 24. Hahaha, sim, eu não sei quantos anos eu tenho. E olha que estou mais perto dos 25, do que dos 23. Mas vou manter a resposta.. e informar que o próximo livro seria A Grande Questão, do Wolf Erlbruch. Grata! (atualizado em 25/9)

3) Encontre um livro ambientado em sua cidade/estado/ país
Em Niteroi ou em Belém? RJ ou PA? Escolhi o Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios, do Marçal Aquino. Porque as gravações do filme homônimo são em Santarém/PA e no Rio de Janeiro/RJ.

4) Escolha um livro que se passe em um lugar que gostaria de conhecer
Nove Noites, do Bernardo Carvalho. Esse livro me impulsiona a conhecer o Xingu, e outros lugares também. Fazer uma viagem em busca de alteridade. 

5) Escolha uma capa de livro com sua cor preferida
Não tenho uma cor favorita, mas estou na fase do amarelo, então escolho o Crítica, Teoria e Literatura Infantil, do Peter Hunt.

6) Que livro te traz boas lembranças?
Não consegui escolher só um (sou libriana, e me sinto orgulhosa por ter omitido outras 2 opções, significa um crescimento pessoal em relação a essa questão sobre "decisão", rs). Então, cada opção se refere a uma fase da vida, pronto.
Macanudo, do Liniers,  Amendoim, da Eva Furnari (meu preferido na infância, readquirido depois de grande), e Hitchcock, catálogo com a coletânea de textos da mostra sobre o cineasta no CCBB.

7) Qual livro você teve mais dificuldade em terminar?
Em 2010, eu acho, li o Ser e Verdade, do Heidegger ... e, por vários motivos, mas todos muito óbvios, sofri .

8) Que livro ainda não lido lhe trará a maior sensação de "missão cumprida"?
Anna Karenina, do Tolstoi, que comecei duas vezes e não terminei. Estou há uns 5 anos nessa lenga lenga. Gosto desse livro, mas ele exige dedicação. E eu sou muito efêmera...

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Abril encerra revista BRAVO! ????



Ontem à tarde entrei numa banca de revista e fiquei iluminada pela BRAVO!. O motivo da capa é exatamente o motivo das minhas duas últimas aulas. Só não comprei a revista porque não tinha um tostão furado no bolso, e o revisteiro old school não tinha a máquina de débito/crédito.
Chegando em casa, coloquei uma edicção antiga (nº173) sobre a mesa e o notebook, numa espécie de exercício memorial "amanhã não posso esquecer de comprar"...
Decidi abrir a internet.
De link em link, PÁ: fim da revista BRAVO! A Editora Abril teria enviado um comunicado aos funcionários dia 31/08... mas, ainda não rolou nenhum aviso oficial aos leitores, apesar da previsão de que este seria dado ontem (01/08).

Estou desolada.
E muito arrependida de não ter comprado todas as edições.
Estou me corroendo.

Quem me conhece sabe que sempre defendi a revista, desde quando residia em Belém. Sou apaixonada pela diagramação e pelo fato dela ser uma revista estritamente cultural. Mesmo sendo restrita ao eixo Rio - São Paulo. 
Aprendi muita coisa ali. Matei minha curiosidade várias vezes e despertei outras lendo as sessões, colunas, indicações de programação, entrevistas, e etc, que sempre se apresentaram bem escritas e pertinentes, com conteúdos voltados para a erudição, para o pop, para o clássico e o novo... tudo junto. Era a mais íntima e mínima porta de diálogo sobre arte e cultura no meio impresso brasileiro. E digo "mínima" quer seja pelo caráter elitista, quer seja pelo teor editorial... é muito difícil competir com cultura de massa, revista de fofoca, resumo de novela... e, sobretudo, com a própria internet.

Esta porta está se fechando... Não sei mais o que dizer...
Estou desolada... mesmo.
Com certeza não esquecerei de comprar essa edição amanhã.

--- Em: 03/08

A Juliana Maués me enviou um email com esse link {aqui}, falando melhor sobre o tema. Sim, houve um pronunciamento no dia 01/08. O texto não informa exatamente onde e como foi dado o comunicado pelo presidente da Abril, mas esclarece melhor o fim das revistas...
Ainda assim, eu sinto falra de ler uma carta aos leitores, um aviso no site, qualquer coisinha assim direcionada ao público das revistas... =/

domingo, 28 de julho de 2013

RJ 2013 me remete a um livro do Orwell

Os últimos grandes acontecimentos da cidade me remetem ao livro "Revolução dos Bichos". Tanto a narrativa literária, quanto os fatos demonstram o quanto o povo não pensa por si mesmo

Resumo da história de Orwell:

Em uma fazenda da Inglaterra (Granja Solar), os animais trabalham exaustivamente e por não se sentirem recompensados, sonham com uma grande revolução que defenda a auto-governabilidade e a igualdade entre os animais. Quando o dono da fazenda se descuida da alimentação dos bichos, os animais se libertam e se apropriam da fazenda, instaurando uma nova ordem que preza pelo sistema cooperativista. A sonhada revolução acontece... e várias "regrinhas" são criadas, como por exemplo: qualquer coisa que ande sobre duas perna é inimigo e qualquer coisa que ande sobre quatro pernas (ou tenha asa) é amigo... Mas as consequências dessa nova ordem não são como foram idealizadas...

Há três suínos importantes nessa história:
Major é o porco mais velho, responsável por reunir os animais todos e incitar os princípios originais da revolução. 
Bola-de-Neve é aquele que tem a ideia de construir um moinho de vento, visando a prosperidade da Granja Solar e a melhoria da qualidade de vida de todos os bichos,  mas que, no entanto, desaparece durante a narrativa.
O terceiro é Napoleão, eleito líder dos animais, sendo o porco que se apropria da ideia do moinho de vento e traz informações acusatórias e críticas contra a imaginação e o idealismo de Bola-de-Neve.
Na história de Orwell os porcos são considerados os animais mais inteligentes e passam a usufruir de alguns privilégios que acabam desestruturando o regime de igualdade proposto inicialmente. É a partir de então que uma nova forma de opressão ocorre na Granja Solar, e a estratificação social entre os bichos se instala: alguns dos animais que eram oprimidos tornam-se os opressores da vez.


 {Todos os bichos são iguais, mas alguns bichos são mais iguais que outros}. 

Ok. Mas e aí, Mariana? O que isso tem a ver com o Rio 2013?
Ora, se pela alegoria tu ainda não entendestes, eu te digo mais algumas coisinhas:
Primeiro, o livro foi escrito em 1945 e é uma sátira à ditadura stalinista, como uma espécie de retrato análogo e nada sutil das situações que ocorriam na União Soviética, tais como: assassinatos sem explicação, exílios e a distorção da memória histórica... Dessa forma, Stálin = porco Napoleão e Trotski = porco Bola-de-Neve.
Eu mesma não entendo muito de história geral e tive que pesquisar a respeito quando li o livro há muito tempo atrás, mas abre parênteses: não são necessários esses dados históricos para entender a narrativa, tá?, fecha parênteses. 

Segunda informação: o livro segue como uma eterna releitura do mundo, pois essa narrativa sempre se demonstra atual e pode ser compreendida em qualquer sociedade como uma produção metafórica e crítica a respeito dos mecanismos de poder que, de alguma forma, trazem a tirania e a dissipação dos ideais de igualdade.

Logo,
o que ocorre no Rio de Janeiro (e nos demais estados brasileiros também) é uma sede de revolução daqueles que estão cansados da exploração. Essa sede reforça a visão pessimista sobre a política atual (ou politicagem - para soar mais negativamente). Os cidadãos estão exaustos dessa submissão a um poder que não nos representa (governo, prefeitura, presidência e por aí vai...) Alguns de nós, os políticos, tomam posse de cargos em nosso nome, mas ao se apropriarem desse poder adquirem mais privilégios e se toram "mais iguais" que nós, os outros. E aí transforam, a sua maneira, as "regrinhas" estabelecidas, fazendo acordos com empresários e instaurando modificações na sociedade de maneira arbitrária em defesa de interesses próprios.

Quase na mesma medida e a respeito da manifestação contra o aumento da passagem dos transportes públicos, o movimento "revolucionário" que era apartidário, que prezava pela igualdade de todos a partir dessa causa comum (os R$0,20), tornou-se alvo de novas formas de opressão: 
a tirania dos que tentam exilar as bandeiras partidárias; 
os movimentos políticos que insistem em organizar a manifestação com base em ideologias próprias e de oposição ao governo, desqualificando o povo / a massa / o Brasil que acordou; 
e a opressão também dos já identificados como autoritários que, por tradição, defendem os direitos apenas da elite e excluem os cidadãos que fazem parte do que chamo de povo, considerando-os os menos iguais.

Nesse meio tempo, assistimos vááááááárias formas de manipulação que funcionam tal qual os slogans repetitivos pelas ovelhas da história de Orwell. Isto é, discursos e mais discursos são mediados (sobretudo pela TV: Arnaldo Jabor + discurso do Pelé) e repetidos incansavelmente. Parte do povo, da classe trabalhadora e não escolarizada, não sabe o que está nas entrelinhas desses discursos... e continua vendendo cerveja no meio do evento, porque identifica aí mais uma oportunidade de tirar um dinheirinho para o seu sustento.
OPS! Ao invés de "evento", eu quis dizer manifestação contra o aumento da passagem... que... PERA LÁ, mas não já diminuiu??? Er... mas a massa vai à rua assim mesmo reivindicar... o que mesmo? Ah tá: #corrupção #sem-violência #vemprarua

E agora... Sacou? Então repete comigo: sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor...zzzzzzzzzzzz..
MÉÉÉÉÉÉÉÉÉÉ...
OBSERVAÇÃO: esse texto foi escrito em junho, após presentar minha roommate com um exemplar da obra, editado pela Cia das Letras. Ao converter o rascunho, decidi publicá-lo na data de hoje mesmo, pois no contexto atual do RJ 2013 eu acrescentaria também os eventos da JMJ (= mais uma lavagem cerebral, mais uma forma de tirania hipócrita)
Não aguento mais músicas religiosas repetidas inúmeras vezes como se fossem hino de torcida, ainda que na repetição os cantantes alterem o ritmo para o funk... Além do mais, a cidade está parada em função do evento, impedido a circulação das pessoas por diversas áreas. Praticamente obrigando os transeuntes a se depararem com o Papa. E tem mais: é feriado, mas a livreira aqui trabalha e precisa chegar na hora...  Se liga, minha gente!
IDE E FAZEI DISCÍPULOS ENTRE TODAS AS NAÇÕES
o Papa é BOPE!?

sexta-feira, 19 de julho de 2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

Estou curiosa para ler esses livros :

Para cima e não para norte, Ed. Leya - porque depois de sair de Belém, tudo o que tem "norte" me chama atenção, rs, além do mais a história é sobre um homem plano que vive em duas dimensões!

Celular - 13 histórias à maneira antiga, Ed. CosacNaify - porque são contos, é um autor que eu desconheço e são histórias sobre pessoas tentando lidar com o cotidiano... puff.. além do mais estava em promoção no site e eu comprei! Dessa lista, provavelmente será o primeiro a ser lido, furando a fila.

Livro amarelo do Terminal, Ed. CosacNaify - apesar de ser um tema que não me chamaria atenção, a narrativa parece nonsense, a capa é bonita e o papel do livro lembra aquele usado nas páginas amarelas de lista telefônica.

Livro dos seres imaginários, Ed. Companhia das Letras - não lembro exatamente o que me inspirou a ler esse livro do Borges. Li alguns contos em pdf e Ficções recentemente.. e já planejo ler o Aleph. Ler Borges me deixa em crise literária. Então, volto a repetir... não sei porque coloquei esse livro na lista. Provavelmente tinha um motivo digno do esquecimento, por isso a necessidade de listá-lo. Mas, como descobri que minha "roommate" tem, então é outro livro que deve furar a fila também...

As cidades invisíveis, Ed. Companhia das Letras - então... ainda tô esperando ganhá-lo de presente de uma amigo meu: zzzzzzzzzz. Engraçado é que eu peguei ele na livraria, comecei a ler e larguei, porque tinha outras leituras pendentes... e agora fiquei nessa de esperar o bendito prometido, então ainda não li.

Trilogia Millenium, Ed. Companhia das Letras - Tá há muito tempo na lista por causa de uma indicação interessante em algum blog, maaaas... se eu não ganhar ou se eu não me deparar com esse livro aberto na minha frente, com certeza não vou ler. Trilogia... zzzzz... =/

Stella Manhatan, Ed. Rocco - tá escrito "procurar em sebo" e "'90"

Não aguento mais escrever em papeis avulsos e perder a listinha. Por que não tive antes essa ideia de publicar no blog? Esse espacinho está sendo cada dia mais útil e amado.
Risquei os que tenho disponíveis pra ler. Falta só chegar a encomenda da Cosac (confirmou meu pagamento hoje, eee!) e solicitar o empréstimo do outro. Os demais... alguém??

domingo, 14 de julho de 2013

Barbaridade

Sábado, dia de atualizar o blog, publicar os vários "rascunhos" deixados "pra-lá"... e dormir com essa:
O mundo vai mudar com os bons exemplos e não com as negativas opiniões...
E mais:

1. aguardando minha dívida, er.. digo: minha compra chegar! Aproveitei os 60% de desconto da Cosac e depois de fazer três pedidos diferentes, paguei por um desses pedidos. Librianas são assim: indecisas e analisam o custo benefício até mesmo daquilo que mais querem.

2. queijo ricota não derrete e fica ótimo na frigideira.

3. eu deveria abrir um novo tópico, "culinária" ou "comidinhas"... olha essa foto:

hmmmmm ... nhami nhami  =9


quinta-feira, 11 de julho de 2013

Por que ser estruturalista



a child crying, diane arbus
pessoa aqui, o eu que escreve, está ficando maluca. 
Desisti de não levantar bandeiras acadêmicas, de me afastar de correntes, de visar as novidades teóricas, etc, etc, etc... 
Definitivamente, essa minha preguiça pelas coisas que considero banais só tem me feito sofrer.
Método? Historicidade, periodização - métodos? ISMOs, doutrinas... tão abomináveis quanto interessante. Mas e aí, Mariana?
Tomei uma decisão, afinal tudo o que eu renego bate na minha cara... e todas as coisas pelas quais tento me interessar, na verdade não me interessam. E se não me convencem a ser isso ou aquilo, eu vou focar na perspectiva que sempre me abraçou. 
Já perdi muito tempo minha gente! Então, como boa maluca e libriana desequilibrada, fiz uma "lista" com o porquê de finalmente me assumir estruturalista. Lá vai... simbora, sem pré-conceitos teóricos!

Caminhando pelo óbvio, resumão, a grosso modo e por aí vou:

as humanidades se constituem de estruturas: acredito que a arte, a cultura, o homem em si e em sociedade, além dos etcs (e poréns), surgem de conceitos organizados sistematicamente, como um se tudo fosse um organismo mesmo, um "todo" que surge a partir de uma ordem, ordenação, organização [e outras variantes sinônimas que indicam que partes desse "todo" exercem funções, agem e agem sobre ele, em formação]
se é assim, os fenômenos humanos não surgem do nada, zero, vazio.  nem aleatoriamente, nem do acaso! o bendito ser humano observa o mundo (os fenômenos e blá blá) e reflete sobre ele por meio de associações, dessas constituem-se nossa memória, o aprendizado, o conhecimento, a criação (sempre híbrida porque nunca há o 0, e sempre há a combinatória/somatória das partes)
entonces, sempre há uma espécie de base de análise, algo como um modelo, padrão, que é descrito [e não normatizado] pelas estruturas que o mesmo indivíduo observa no mundo, apenas como EXEMPLO para os fins da análise em questão. Ok. Não se elaboram esses padrões, visto que são exemplos e extrações de uma ordem já existente. Então, reforçando, são estruturas descritivas de si mesmas. 
Já que é isso, as tais "partes" analisadas do mundo [sistemas teóricos, fenômenos, e o diabo a quatro] não podem ser entendidos isoladamente. Há sempre uma referência, uma relação, uma correspondência com os demais pares antagônicos que formam o todo.
[Considerando-se a narrativa, acredito existir o eixo sintagmático e o paradigmático, no qual fatos são enredados em frases e parágrafos que delineiam por oposição  a outros a ação narrativa, do mesmo modo em que são associados à memória e não são aleatórios. A ordem e a disposição do enredado (através da “câmera" do narrador), parte de uma escolha estética estruturalizante da obra]
[no mundo Real, as ações se ordenam segundo o tempo cronológico convencional, no mundo Ficcional, as ações se ordenam segundo uma estrutura subjacente, relativa a intuição do artista e o ato de expressá-la - fundamentada numa outra ordem, uma perspectiva não-histórica em que os elementos narrativos são solidários entre si em sentido literário e não extra-literário, miméticos ]
por que amar o estruturalismo? bom, qualquer outra abordagem há de considerar esse viés estruturalista de análise, ainda que seja para negá-lo, pois o processo de descrição ou identificação de estruturas, partes e todos, estão imanente em toda análise, natureza, categoria. 

as coisas só “são" ou “existem" a partir de uma autoridade organizacional em que algo é porque não é, algo é parte porque há um todo, algo é por apropriação, transformação, sugerindo sempre um referente estrutural de ordem [que não é normativa, repitooooo].
[do ponto de vista da arte (literatura - prosa e poesia), qualquer outra abordagem que não seja de caráter estruturalista será pautada numa análise extraliterária, estando perdida em inflexões históricas, sociológicas, psicanalíticas, filosóficas - exponenciais. O lance é se deter a principio e sempre no modo de articular a linguagem e as relações estabelecidas serão entendidas assim ]

UFA!

quarta-feira, 15 de maio de 2013

A internet me proporciona coisas boas.

 Numa dessas atualizações pelas adoráveis "redes sociais", eu me deparei com um poema do Ferreira Gullar:

PINTURA

Eu sei que se tocasse 
com a mão aquele canto do quadro
onde um amarelo arde
me queimaria nele
ou teria manchado para sempre de delírio
a ponta dos dedos.

Ah! Bom dia desde já!

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Ursinhos Carinhosos!!

Olha só o que eu encontrei: dvd dos ursinhos carinhosos! Ca-ra-ca! Eu não estou tão velha assim! Hahahaha

quarta-feira, 14 de março de 2012

Aumento: Barcas CCR

O valor do transporte está cada vez mais caro. O que era público agora está privatizado. Um ida (ou uma volta) custa R$4,50. Tá mais caro que o preço de um salgado. NÃÃÃO! Não aumentem o preço do salgado também. Nem do transporte... nem de nada. Tá tudo muito caro! E a qualidade continua a mesma.

"PROMOÇÃO: ACIDENTE + FILAS"
{ essa letra não é minha... mas eu achei justo }

segunda-feira, 2 de janeiro de 2012

Melhores do Ano de 2011
















2011 foi um ano muito bom. Gostaria de ter comentado mais cada filme que participa dessa lista, mas esperei muito tempo e agora o "pique" já não é o mesmo. Além do mais, listas são sempre injustas e incoerentes em vários aspectos. Talvez seja perda de tempo justificar a ordenação. E como dói fazer uma lista! Colocar Rei Leão 3D em sétimo... Parece que fiz uma bagunça...! Já não sei posicionar Turnê e Inverno da alma, filmes que assisti logo no início do ano... em outros casos, admito que por pura implicância rebaixei ao máximo o posicionamento de alguns filmes, rs. Mas a lista é minha.
Fechei com 15, achei mais apropriado.

Viva o cinema! Viva a arte!

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Arte: livros-objetos e livros-imagem

Acho que é de conhecimento de todos que o mercado editorial está direcionado a divertir as crianças com livros-objetos... barulhentos, coloridos, permeáveis, desmontáveis... um monte de treco! sim, livros-trecos que depois de uma semana se entulham, quebram... e histórias pouco contam.

Mas eis que, por outro lado, os livros infantis tem maior pré-disposição a se tornarem objetos de arte. É inegável!  O mundo da literatura para crianças também comprova que nem tudo na vida, relacionado ao prazer, deve estar atrelado à diversão...

Imagens saltam das páginas em delicadas dobraduras de papel, com sofisticada "tecnologia" 3d. Saindo da linha livro-brinquedo, as dimensões em papel fazem parte do mundo da literatura infantil com ilustrações originais e extremamente belas, com imagens móveis surgidas literalmente das páginas de um livro.

É o exemplo da adaptação em quadrinhos em versão pop up de Moby Dick, publicada pela Publifolha. Sem questionar o valor literário da edição, podemos dizer que este livro é sim um objeto de arte.


Outros exemplos também encontramos em livros que nos permitem manipular a história, fazendo-nos intergir com as mãos, como nos livros de Janet e Allan Ahlberg, lançados pela Cia das Letrinhas, "O Carteiro Chegou" e "O Natal do Carteiro". Encontrei na internet um blog (veja aqui) com um relato bem legal sobre a experiência de leitura desse último livro. Tirei de lá essas imagens:

 

E não é apenas a experiência manual de leitura que identifica a verdadeira preocupação com a estética do livro-objeto. O design gráfico dos livros, o tipo de papel, a costura, tudo tende a ser mais elegante nas melhores edições de livros infantis... Casos em que a história é pouco interessante perto das ilustrações. Ilustrações que, se por um lado limitam o exercício da imaginação, por outro são um aprazível encanto visual de cores e traçados, verdadeiros "quadros" e pinturas de arte, dignos de serem emoldurados...

Minha última descoberta, quero dizer "a preferida", foi a ilustradora Suzy Lee (veja a trilogia sem palavras: "Onda", "Espelho", "Sombra" aqui)... uma sul-coreana cujos desenhos são fascinantes e constroem uma narrativa poética que nos permite experimentar o livro como imagem, puramente... num lirismo que (con)figura a simplicidade e a riqueza num jogo de cores e sentidos, num contraponto entre as páginas da esquerda e da direita e também entre nós leitores (leitores?) e a menina-personagem que nos encanta.
É apaixonante!

domingo, 23 de outubro de 2011

Um abraço de Sofia em Charlotte em mim



Há um ano esse personagem fala tanto, mas tanto sobre mim que eu me sinto dentro de um ficcionismo absurdamente poético e impassível de definições.
E isso é tão bom... Gosto de me vestir com a idéia de que esse filme é sobre um "nós" íntimo, fora do alcance e das pertubações do mundo que não nos pertence. Porque se perder traduzindo os sentimentos próprios nos faz construir um mundo paralelo. 


Não!.... Um mundo onipresente naquilo que realmente nos vale: o interior... 

Eu sinceramente não faço questão de definir, mesmo que precise, que sinta forte essa necessidade. No fundo eu só queria constatar... e sussurrar ao pé-do-ouvido do mundo que o que grita em mim não são esses murmúrios, é algo que a linguagem verbal não dominna. 

É só assim, no momento do cinema: eu ali, vendo, sentindo, observando, "fotografando"... muito indiferente aos sentidos estomacais da vida mundana, banal, cotidiana.
É algo muito além do coração... algo que respira.


A medida do que sinto é conforme  eu o interiorizo e trago... e exteriorizo apenas o que não me serve... O que fica, mesmo que seja ruim, jamais será cinza.

Gosto dessa cumplicidade do cinema bordando  as minhas cicatrizes, sem progressões... desconsiderando a distância tão próxima e vidente, e se alimentando da proximidade distante e ausente (à vista de outros)...
E o tempo, ah!, ele é delicadamente relativo, e nosso! Dura muito mais que o tempo de vida de um filme.


P.s: uma conversa de Mariana com o enaltecer de seu eu-lírico.
Texto escrito em 05 de Abril de 2008


Apesar das baboseiras que escrevi e dos sentimentos em 2008 (que hoje são outros), ainda sinto muito esse filme. É como um abraço, ou uma saudade. Valeu, Sofia!


sábado, 16 de julho de 2011

Mostra Hitchcock, parte 1 – relato de experiência

Alfred Hitchcock esteve presente no CCBB do Rio de Janeiro entre 01 de junho e 14 de julho. Assistir à obra do grande diretor, o maior até então em minha opinião, traz não apenas o contato filme-espectador -  uma experiência estética,  mas a experiência espiritual de ver materializado em estilo e arte a perspectiva criadora de um grande cara. Grande cara!
A sua fisionomia e o seu humor peculiares são assinaturas caricatas, quase caligráficas também. Estar presente em cena, em seu próprio filme, ali no canto, representa muito mais que uma brincadeira com o telespectador, é uma diversão metonímica. O Grande cara pelo grande filme, sendo a parte do todo e o todo pela parte.

A programação foi aparentemente desenhada para o meu aproveitamento total. Mas, infelizmente, o clichê dos imprevistos que sempre acontecem provocou furos no meu roteiro e minha participação efetiva foi boicotada pelo tempo, clima, cansaço, manifestações na rua, mau trânsito e, principalmente, filas enormes (e a tal prioridade aos velhinhos que chegavam 10 minutos antes e conseguiam o (meu) lugar... lugar de quem havia chegado há muito tempo, com fome e sede e vontade de ir ao banheiro.

Mais de um mês. Exceto às segundas, fui todos os dias ao CCBB. Perdi aula, mas também perdi filme por causa de aula. Um conflito eterno sobre prioridades e prazer... e o que realmente vale a pena. O que realmente vale a pena? Atravessar de barca até Niterói, perdendo 40 minutos da minha vida, ou esperar 40 minutos em pé a próxima sessão da minha vida?

Película! Película. Película...
Filmes que eu nunca tinha visto. Filmes que vendo a segunda vez pareciam a primeira. Filmes que não importam a quantidade de vezes que se vê, sempre não se vê tudo, sempre algo escapa aos olhos do telespectador, ainda que não escapem aos olhos de Sir Alfred Hitchcock, o Grande cara.

Não foi apenas uma aula de cinema ou um apontamento para a importância da linguagem. Foi a submissão do meu olhar contra o olhar Dele, da minha perspicácia a favor da supremacia narrativa Dele. O meu prazer em detrimento do prazer Dele... foi óbvio. Hitchcock reviveu!

Grande cara, sou sua grande fã.

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Sobre uma frase do Marcelo Camelo

Quando começo a ler um livro sempre tenho planos de resenhá-lo, destacar os trechos mais interessantes e pontuar as qualidades do texto. Planos... Assim como os planos de publicar as tais resenhas - com freqüência! - no blog. Ler mais, produzir mais, ser mais... e, vejam só, acabo sempre por escrever de um inesperado impulso, sem muita organização. E nada sobre o que eu tinha planejado.
Impressionante como isso “funciona”. 

Uma coisa lembra a outra. Um assunto leva a outro.

Lembrei nesse instante da minha última conversa por telefone com o Cauby. Citei uma frase do Marcelo Camelo, concedida ao GLOBO: “fazer arte é exercitar aquilo em nós que apreende informação mais até do que aquilo em nós que cria informação”. Clap, clap! Concordarmos, Cauby e eu.

Conceber algo é difícil. Criar, criar, criar. Todo artista parece querer ser um Deus. Ou se não quer, isso lhe parece ser exigido... E disso, já falei em texto anterior sobre a exigência de “originalidade” artística. (ler aqui)

Pois bem, penso que: de qualquer coisa que se faça nesse mundo, sobretudo quando se trata de arte, o resultado nasce de um processo que deve pertencer ao "fazedor" há algum tempo. No caso dos artistas, há sempre algo ruminando à espera de uma digestão intuitiva... não foi de um dia para outro que Liniers criou Macanudo, ou que Vicente Cecim criou Andara. As histórias podem ter surgido de um dia para o outro, expressas. Mas antes, por um tempo indeterminado, foram idéias disformes...

Para chegar em fim à “criação”, é preciso apreender, capturar, observar, registrar, transformar... figurar...  imaginar... recriar... e tantos outros verbos que possibilitem a liberdade sobre o fazer às coisas...
Fazer às coisas! Sim! Como disse Marcelo Camelo, o artista apreende... e depois devolve ao mundo, numa espécie de contribuição... como se dissesse: “foi assim que eu vi, que eu interpretei... senti... vivi...”.

As palavras poéticas também são uma forma de desvelar o mundo (seja o mundo criado, ou recriado).
   
-

Termino esse texto um pouco frustrada. Há algo ruminando em mim, algo que quero dizer mas que ainda não encontrei nas palavras... como não se trata de arte, digo que estou a espera de uma digestão conceitual, rs. 
Talvez os comentários me ajudem. 
Melhor publicar um pensamento pela metade, do que não publicar nenhum... caso contrário, todos os meus pensamentos se perderiam.

sábado, 16 de abril de 2011

Últimas

Quanto tempo se passou! Um mês? É.

Hoje não vou escrever sobre nada muito específico, quero somente atualizar o blog para que ele não fique às moscas e comentar também sobre algumas das minhas últimas leituras que, graças!, foram variadas, rápidas e proveitosas.

Li dois dos três volumes do Scott Pilgrim, após assistir ao filme (trailer). Normalmente indico essa prática em relação a adaptações literárias: primeiro assistir ao filme. Mas, nesse caso, não acho que vá fazer muita diferença. Na maioria dos casos há grandes reclamações na mudança da linguagem, ou no roteiro que cinematograficamente é “reduzido”. Eu, ao contrário, preferi a versão fílmica. Como disse o Mateus, o diretor conseguiu misturar Tv, Quadrinho, Videogame e Cinema. Sensacional!
O início é muito empolgante, mas do meio pro final fica um pouco cansativo. Concordo com a critica da Cinética, é chato assistir uma partida de videogame sem poder participar, rs. Mas na minha opinião isso nem compromete tanto assim...

Terminei o Raduan Nassar. Li "Um Copo de Cólera" e "Menina a Caminho". Fico na dúvida na hora de escolher minha obra preferida do autor, mas sei que não será "Menina a Caminho". Apesar de só ter publicado três livros, considero Raduan um prosador completo: escreveu romance, novela e conto. Todos sensacionais. Quero reler Lavoura Arcaica e fazer um contra-ponto com o filme, mas isso vai demorar um pouco...

Por enquanto estou na metade do “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” do Marçal Aquino - livro também adaptado para o cinema, pelo diretor Beto Brant. Fora isso, estou me empolgando com as programações gratuitas e a mostra de clássicos Lume Filmes do CCBB. Apesar das alterações sem aviso na programação, consegui ver Alice (youtube), do Chabrol e Anjo Embriagado, do Kurosawa.




Sylvia Kristel em Alice, de Claude Chabrol

Para quem não sabe, desde o dia 11 do 04 estou morando oficialmente e temporariamente no Rio, enquanto durar minha especialização na UFF (uff, passei! rs).

E por último e não menos importante: poesia! Li o "A teus pés" da Ana Cristina César (leia um poema aqui) e o "Trans" , do poeta paraense Age de Carvalho (meu preferido!) - livro que ganhei de presente dos meus tios João Jorge e Diana. 

É minha gente, esse é um texto que escrevo orgulhosa, meio abestalhada e cheia de gabação... mas é que a caboquinha saiu de Belémzinha e chegou na cidade grande com ganância de ler, ver e saber o mundo.

Abraços.


O QUE não quer
dizer nada –

o que
por si
já seria
em-si do assunto

enquanto lavas
teu prato
e vês sentido
nisso.

Age de Carvalho

terça-feira, 15 de março de 2011

Reflexões sobre a subjetividade

Nesse intermédio de tempo, outros pensamentos menos nítidos me vieram essa semana e senti vontade de escrevê-los... mas só hoje consegui entender que o feixe de luz era, na verdade, uma reflexão sobre subjetividade e sua relação com a leitura / produção literária.

 João Cabral disse em entrevista*:
Tenho aversão à subjetividade. Em primeiro lugar, tenho a impressão de que nenhum homem é tão interessante para se dar em espetáculo aos outros permanentemente. Em segundo lugar, tenho a impressão de que a poesia é uma linguagem para a sensibilidade, sobretudo. Uma palavra concreta, portanto, tem mais força poética do que a palavra abstrata. As palavras pedra ou faca ou maçã, palavras concretas, são bem mais fortes, poeticamente, do que tristeza, melancolia ou saudade. Mas é impossível não expressar a subjetividade. Então, a obrigação do poeta é expressar a subjetividade mas não diretamente. Ele não tem que dizer "eu estou triste". Ele tem é que encontrar uma imagem que dê idéia de tristeza ou do estado de espírito - seja ele qual for - por meio de palavras concretas e não simplesmente se confessando na base do "eu estou triste".
Quando penso em subjetividade, logo me vem à mente o Romantismo... a supremacia das emoções mais íntimas do indivíduo-poeta. As dores, as lamentações e o sentimentalismo barato de Álvares de Azevedo:

Não era um sonho mentido:
Meu coração iludido
O sentiu e não sonhou...
E sentiu que se perdia
Numa dor que não sabia...
Nem ao menos a beijou!

Prefiro nem perder meu tempo ao comentar esses versos da  Lira dos Vinte Anos. Até mesmo por respeito aos meus 22, porque ainda tão jovem, posso amargar alguma desilusão que me faça rimar amor com dor (nunca!).

Essa tal subjetividade legou aos românticos o mito da genialidade autoral. Liberdade de expressão e imaginação criativa do poeta - ideologias utópicas que enraizaram  o mau hábito de exigir originalidade (quase que divina) no ato da criação poética. A estética romântica (bendita seja!) impregnou de subjetividade o fazer poético, libertou o poeta da escravidão aos padrões estéticos de uma poética da emulação, enalteceu o ser lírico e o tornou uma espécie de Deus, um profeta oriundo da genialidade do poeta.

Eis uma interrogação no meu fluxo de consciência.

Se considerarmos agora todo o funcionamento da crítica literária e os procedimentos de estudo, tropeçamos logo de início nas ditas escolas literárias - ou melhor dizer "períodos literários"?
O fato é que há uma divisão baseada  na reunião de características e aspectos comuns referentes a uma concepção estética predominante em determinado momento da História. Isto é, um poema cuja forma se assemelha aos demais poemas do mesmo período se insere dentro de uma espécie de "coletividade estética autoral", em que a pluralidade dos poemas singulariza-se na expressão poética de um modelo de estilo.
Hm... Então, por meio desse processo designou-se o Romantismo... as comparações entre Álvares de Azevedo e Byron... o movimento do sturm and drung... e etc.

Assim, só posso concluir que nem mesmo a subjetividade do ego lírico romântico se realiza plenamente.

(!)

Cabral disse que é impossível não expressar subjetividade. Mas o que dizer a respeito daquilo que em nada é subjetivo? ... Deixando a física de lado e me apropriando da metáfora, só consigo pensar naquela velha frase: "nada se cria, nada se perde, tudo se transforma".

Palavra concreta: pedra. Palavra abstrata: saudade.
Na verdade, todas as palavras são materiais, físicas (sonoras). 
A poesia conota o que sentimento denota. 
A poesia transforma em subjetividade aquilo que é designado pela Realidade.

Na língu(gem), os recursos e elementos poéticos transcendem a individualidade. Acredito que foi isso que Cabral nos disse. A poesia supera a falsa plenitude da subjetividade em espetáculo e subverte as formas de expressão. A Literatura utiliza as palavras diárias, vulgares e ordinárias, reconfigurando a linguagem, inovando, emulando, criando "a partir de"... mas a gênese poética nunca é absolutamente subjetiva.

Meu silêncio reticente.

A subjetividade especial do poeta, que o proveu da genialidade autoral, permitiu aos escritores um status de superioridade. "Superioridade" que fez com que eu me dedicasse a Álvares de Azevedo ainda nos tempos de escola, acreditando que ele era realmente especial. "Superioridade" imposta pelo cânone e pela crítica tradicional, adotada pelas escolas como regra de leitura.

(!!!)

E a minha subjetividade, vos pergunto. Eu, leitora.
Quem respeita a minha subjetividade?


*Entrevista na íntegra aqui.