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quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Ana C.

{essa mulher fui eu, nascida em outra data}

olho muito tempo o corpo de um poema
até perder de vista o que não seja corpo
e sentir separado dentre os dentes
um filete de sangue
nas gengivas

ESTE LIVRO

Meu filho. Não é automatismo. Juro. É jazz do
coração. É prosa que dá prêmio. Um tea for two
total, tilintar de verdade que você seduz, charmeur
volante, pela pista, a toda. Enfie a carapuça.
E cante.
Puro açúcar branco e blue.

ATRÁS DOS OLHOS DAS MENINAS SÉRIAS
Aviso que vou virando um avião. Cigana do horário
nobre do adultério. Separatista protestante.
Melindrosa basca com fissura da verdade. Me
entenda faz favor: minha franqueza era meu fraco, o
primeiro side-car anfíbio nos classificados de
aluguel. No flanco do motor vinha um anjo
encouraçado, Charlie’s Angel rumando a toda para
o Lagos, Seven Year Itch, mato sem cachorro. Pulo
para fora (mas meu salto engancha no pedaço de
pedal?), não me afogo mais, não abano o rabo nem
rebolo sem gás de decolagem. Não olho para trás.
Aviso e profetizo com minha bola de cristais que vê
novela de verdade e meu manto azul dourado mais
pesado do que o ar. Não olho para trás e sai da
frente que essa é uma rasante: garras afiadas, e
pernalta.




sábado, 16 de abril de 2011

Últimas

Quanto tempo se passou! Um mês? É.

Hoje não vou escrever sobre nada muito específico, quero somente atualizar o blog para que ele não fique às moscas e comentar também sobre algumas das minhas últimas leituras que, graças!, foram variadas, rápidas e proveitosas.

Li dois dos três volumes do Scott Pilgrim, após assistir ao filme (trailer). Normalmente indico essa prática em relação a adaptações literárias: primeiro assistir ao filme. Mas, nesse caso, não acho que vá fazer muita diferença. Na maioria dos casos há grandes reclamações na mudança da linguagem, ou no roteiro que cinematograficamente é “reduzido”. Eu, ao contrário, preferi a versão fílmica. Como disse o Mateus, o diretor conseguiu misturar Tv, Quadrinho, Videogame e Cinema. Sensacional!
O início é muito empolgante, mas do meio pro final fica um pouco cansativo. Concordo com a critica da Cinética, é chato assistir uma partida de videogame sem poder participar, rs. Mas na minha opinião isso nem compromete tanto assim...

Terminei o Raduan Nassar. Li "Um Copo de Cólera" e "Menina a Caminho". Fico na dúvida na hora de escolher minha obra preferida do autor, mas sei que não será "Menina a Caminho". Apesar de só ter publicado três livros, considero Raduan um prosador completo: escreveu romance, novela e conto. Todos sensacionais. Quero reler Lavoura Arcaica e fazer um contra-ponto com o filme, mas isso vai demorar um pouco...

Por enquanto estou na metade do “Eu receberia as piores notícias dos seus lindos lábios” do Marçal Aquino - livro também adaptado para o cinema, pelo diretor Beto Brant. Fora isso, estou me empolgando com as programações gratuitas e a mostra de clássicos Lume Filmes do CCBB. Apesar das alterações sem aviso na programação, consegui ver Alice (youtube), do Chabrol e Anjo Embriagado, do Kurosawa.




Sylvia Kristel em Alice, de Claude Chabrol

Para quem não sabe, desde o dia 11 do 04 estou morando oficialmente e temporariamente no Rio, enquanto durar minha especialização na UFF (uff, passei! rs).

E por último e não menos importante: poesia! Li o "A teus pés" da Ana Cristina César (leia um poema aqui) e o "Trans" , do poeta paraense Age de Carvalho (meu preferido!) - livro que ganhei de presente dos meus tios João Jorge e Diana. 

É minha gente, esse é um texto que escrevo orgulhosa, meio abestalhada e cheia de gabação... mas é que a caboquinha saiu de Belémzinha e chegou na cidade grande com ganância de ler, ver e saber o mundo.

Abraços.


O QUE não quer
dizer nada –

o que
por si
já seria
em-si do assunto

enquanto lavas
teu prato
e vês sentido
nisso.

Age de Carvalho