sábado, 9 de março de 2013

Wally está sempre perdido

... em qualquer lugar, não importa onde esteja. Nada a ele pertence. 

Nas obras clássicas, herois são aqueles dos grandiosos feitos, de presente sabedoria, de virtuosidades, de grande eloquência...
Wally, não... Ele precisa de nós. É nosso pequeno cidadão, perdido nas paisagens urbanas, silenciado nas narrativas de seu cotidiano colorido de informações e de cenas que só se distiguem porque percebemos a procura. Somos os interventores do espaço e do tempo do mundo ilustrado de Martin Handford.

O insignificante em "Onde está o Wally" é o que nos retém, o que nos guia para o desenredo, o anticlímax, o não desfecho.
Um livro que aguarda o olhar daquele que sabe o que pretende, olhar que impõe a inserção de um personagem protagonizado em sua propria ausência, paralelamente à exposição de fatos aleatórios que nos desguiam e nos confrontam... diante de um... tema?!

O que a nós, leitores de imagens, serve como tema?

Relatamos o que circunda Wally: descrevemos aquilo que se antepõe a ele:  cenários de um percurso: espaço de busca.

Wally, protagonista, é reticente. Dispersa simultâneas narrativas não análogas na mesma medida em que as concentra isoladas no vão comum, paginado e afigurado como preenchimento.

Um comentário:

Anônimo disse...

foda.

cauby