domingo, 23 de outubro de 2011

Um abraço de Sofia em Charlotte em mim



Há um ano esse personagem fala tanto, mas tanto sobre mim que eu me sinto dentro de um ficcionismo absurdamente poético e impassível de definições.
E isso é tão bom... Gosto de me vestir com a idéia de que esse filme é sobre um "nós" íntimo, fora do alcance e das pertubações do mundo que não nos pertence. Porque se perder traduzindo os sentimentos próprios nos faz construir um mundo paralelo. 


Não!.... Um mundo onipresente naquilo que realmente nos vale: o interior... 

Eu sinceramente não faço questão de definir, mesmo que precise, que sinta forte essa necessidade. No fundo eu só queria constatar... e sussurrar ao pé-do-ouvido do mundo que o que grita em mim não são esses murmúrios, é algo que a linguagem verbal não dominna. 

É só assim, no momento do cinema: eu ali, vendo, sentindo, observando, "fotografando"... muito indiferente aos sentidos estomacais da vida mundana, banal, cotidiana.
É algo muito além do coração... algo que respira.


A medida do que sinto é conforme  eu o interiorizo e trago... e exteriorizo apenas o que não me serve... O que fica, mesmo que seja ruim, jamais será cinza.

Gosto dessa cumplicidade do cinema bordando  as minhas cicatrizes, sem progressões... desconsiderando a distância tão próxima e vidente, e se alimentando da proximidade distante e ausente (à vista de outros)...
E o tempo, ah!, ele é delicadamente relativo, e nosso! Dura muito mais que o tempo de vida de um filme.


P.s: uma conversa de Mariana com o enaltecer de seu eu-lírico.
Texto escrito em 05 de Abril de 2008


Apesar das baboseiras que escrevi e dos sentimentos em 2008 (que hoje são outros), ainda sinto muito esse filme. É como um abraço, ou uma saudade. Valeu, Sofia!